Um teto revestido de madeira é um componente capaz de imprimir uma atmosfera sugestiva a qualquer projeto de interiores. Mais ainda, se a referida solução se encontrar não em uma casa de campo, mas no oitavo andar de um edifício urbano, com vista para o Parque do Ibirapuera, situado em uma das áreas mais nobres de São Paulo.

Agregando valor e uma inigualável sensação de leveza, trata-se, sem dúvidas, de um elemento com potencial suficiente para se converter em ponto referencial na composição de um, ou mais, ambientes. Mas, desde que, se tenha claro, desde o início, que sua presença terá efeitos definitivos na percepção de toda a área por ele percorrida.

Ampla, luminosa, com espaços abertos e multifuncionais. Assim é a área social, porta de entrada deste elegante apartamento de 480m², quase inteiramente redesenhado por Fernanda Marques. Nele, a madeira carvalho reveste todo o teto, enquanto pórticos metálicos realizam a transição entre o living e o terraço, acentuando a sensação de amplitude dos espaços.

“Desde o início, meus clientes deixaram claro que queriam se sentir como se estivessem morando em uma casa. Daí a escolha de um andar em localização estratégica para ter as copas das árvores na altura dos olhos”, conta Fernanda, que, como exigência adicional, lembra a predominância de tons claros e apenas alguns toques de cor, principalmente nos móveis.

“O marido de minha cliente é um empresário de grande sucesso. Eles queriam um apartamento para receber os amigos e, ao mesmo tempo, acomodar os três filhos: os dois mais velhos de idade próxima (14 e 13 anos) e a mais nova, de 4. Dessa forma, como primeira providência resolvi subdividir a planta em dois grandes núcleos: a área social a íntima”, conta.

Na prática o coração da casa, a área social funciona como um grande corpo interligado, comportando, além do living, a churrasqueira, a sala de jantar, um home-theater, além de um pequeno estar, com apenas quatro poltronas, para a degustação de vinhos. Já a íntima, conta com 4 suítes e uma sala íntima, apenas para a família, que também funciona como home office.

“A churrasqueira, que conta com uma porta elétrica para abertura e fechamento e a sala de jantar ficam próximas à cozinha para um uso mais otimizado. A área social é toda conectada pelo forro de madeira carvalho e pelo piso de madeira travertino. Mas, quando entramos para a área intima, a equação se inverte: o assoalho ganha revestimento de carvalho no piso como forma de aquecer os ambientes”, descreve a arquiteta.

Manter uma tonalidade neutra e clara em todo o apartamento, variar as texturas e identificar os ambientes por meio de pontos de cor estratégicos. “Sem dúvida que o forro de madeira foi um elemento fundamental para amarrar a decoração”, considera Fernanda. Quanto às cores, o living e o home-theater contam com o versátil sofá Mondrian, da Poliform italiana, revestido em um tecido areia, mesclado com cinza.

Na sala de estar, o sofá foi trabalhado com um braço maior em uma de suas extremidades e menor na outra. Já no home-theater, o modelo recebeu uma mesinha embutida. Conferindo cor ao espaço, a chaise Terminal, da B&B aparece na cor antracito, enquanto a poltrona Papilio, também da B&B, exibe uma tonalidade vinho.

Na parede central, uma tela em azul intenso de Ana Jobim reforça a linearidade do ambiente. Enquanto na sala de jantar, uma luminária minimalista do designer cipriota Michael Anastassiades arremata a composição. “Ele é quase uma obra de arte. Nos meus projetos adoro misturar códigos, descobrir poesia nos objetos do cotidiano”, finaliza Fernanda.